Vencendo a si próprio

corrida 1Dia 31/01/16, 11ª edição da corrida oral B, não só a primeira corrida do ano, mas também a primeira corrida após a cirurgia.

Uma prova que gosto muito pois além de ser a primeira prova de rua que participei é também realizado no meu bairro.

Mas logo de cara um mantra se enfiou na minha cabeça: “Você não vai conseguir”, “Você vai se cansar logo”, “Você não se preparou”, blá, blá.

As frases se repetiam de tal forma que fui para corrida totalmente desmotivado.

Sei bem, que não tenho treinado direito, sei bem que ganhei 10 kilos a mais depois da cirurgia, não tenho me alimentado bem.

Mas estava inscrito, não sou de fugir só por que acho que não estou 100%, mas o que fazer?

Aqueles pensamentos, se repetiam, da mesma forma quando fui correr na série delta – Etapa Portugal/2015, no museu do Ipiranga, onde após a largada você já enfrenta um ladeira, pensava da mesma forma: “Não vai conseguir”.

Tinha o apoio da minha esposa, sobrinha, dos meus amigos!

Tinha de virar esse jogo!

A minha vontade de completar a prova, de ter o prazer de correr tinha de ser maior do que incertezas.

Iniciei a prova e fui no ritmo que meu corpo permitiu sem forçar, sem querer ser super herói, e assim defini um recomeço.

Fiz o tempo de 46 minutos, 1 minuto mais baixo do que a primeira vez que corri esta corrida (9ª edição da corrida oral B), e 7 minutos a mais do que a última edição (10ª edição da corrida oral B).

E devo admitir terminei cansado, mas agora vamos treinar, emagrecer para na próxima estar motivado do início ao fim.

Devemos sempre respeitar nosso corpo, mas inúmeras vezes, em situações diversas, nossa mente nos limita mais que nosso corpo, que nossa capacidade de fazer aquilo que desejamos ou pretendemos.

Temos de nos desafiar, não importando o tamanho do desafio, pequeno ou grande, pois todo o desafio é algo a ser superado.

Desafie-se, supere-se!

A escolha da escola

salesianoEscolher a escola para Luísa começar a estudar e dar os seus primeiros passos longe de nós não foi uma tarefa fácil.

Procuramos em diversas instituições.

Queríamos um lugar onde ela pudesse ir do começo até o fim, para tentar se possível criar a sua turma e ao mesmo tempo um lugar com a Duda também pudesse estar junto estudando com qualidade.

Conhecemos locais onde havia projeto de inclusão por existir, outros que tinham projetos de inclusão belíssimos.

Também ouvimos de escolas dizendo que não tinham inclusão. O que era bom quando a escola falava assim, melhor do que apresentar um projeto de mentira, sem responsabilidade.

E nós pais temos de dizer logo de cara que queremos para não termos o desprazer irmos a escola e quando eles sabem que nossos filhos tem down dizem que não podem nos receber.

E decidimos pela escola Salesiano.

Pois, a Duda poderia estudar lá também com muita qualidade, a Luísa pode ir até o terceiro ano, ou seja até o final dos estudos.

Ainda estaria juntos com as primas.

Mas o que diferenciou foi a recepção e a sinceridade.

Na primeira entrevista, a coordenadora nos falou: ” Não temos nenhuma criança down, mas estamos prontos para receber,  aprender e construir com vocês esta caminhada!”

Mais do que estrutura, mais do que salas tinha o que procurávamos e o que nos marca o amor ali presente.

Nossa escolha estava feita!

 

 

Nem Tudo São Flores

Escrevendo e falando assim parece que tudo é lindo e mágico na vida de quem tem down e na vida dos familiares.

Mas não são só de sorrisos e alegrias que são feitos nossos momentos com eles, passamos cada momento de agonia e dificuldade que só Deus para nos segurar em pé.

As noites principalmente as de calor viraram um problema, pois como o down tem uma maior vascularização na cabeça a temperatura deles na cabeça é mais alta, posso dizer assim, e aquilo traz um desconforto terrível para eles, a Luísa tem noite que resmunga e se debate demais.

Isso, tira nosso sono que não conseguimos dormir preocupados e passamos a noite em claro.

E os inúmeros exames de sangue por causa do hipotiroidismo congênito, que obriga a tirar sangue desde o primeiro mês de vida.

Ainda, um dia do nada ela começa a resmungar e como estive tendo uma convulsão corremos para o hospital, era uma bacteremia, uma bactéria que vai para corrente sanguinia, corremos para o hospital.

Depois no inverno, precisamos de mais atenção principalmente para evitar pneumonias, infecções respiratórias, etc, vivemos em alerta, nos médicos e nos hospitais. Isso, pois devido a hipotonia pode trazer mais complicações ainda.

E ainda, sofremos quando os pequenos são internados por diversos motivos ou que logo de cara precisam de cirurgias no coração e tantos outros que viram realmente anjos no céu.

E sofremos muitas vezes com a falta de conhecimentos dos médicos que as vezes tem conhecimento apenas superficial do assunto.

E sofrem inúmeros pais com o pequeno número de profissionais interessados e habilitados a dar um tratamento adequado a toda  a população down nesse Brasil e mundo a fora.

Sofremos ainda muito com o preconceito.

Mas o sorriso deles faz tudo isso parece fácil e nos dá muita força para seguir e lutar por eles e com eles.

 

 

 

Viajem especial

lourdes_maria (1)Toda a viajem é especial, pois viajar é descobrir lugares novos, pessoas novas e costumes novos.

Após a Maria Luísa completar um ano, meu pai e todos nós queriamos muito ir a Portugal no Santuário de Nossa Senhora de Fátima e no Santuário de Santa Eufemia, agradecer todas as bençãos e graças derramadas sobre a Maria Luísa e sobre nossa família.

Logicamente, tínhamos medo pois a Maria Luísa tinha apenas 1 anos e tínhamos medo dela ficar doente e não termos onde ir, com que falar.

Trouxemos todos os nomes de hospitais possíveis, todas as indicações e remédios necessários para viajarmos tranquilos.

Alguns dias de nossa viajem, planejamos ir a França, e lá em Lourdes.

Em Lourdes tivemos uma experiência maravilhosa.

Em visita ao Santuário de Nossa Senhora de Lourdes, logo percebemos a paz e a santidade do local.

Vimos inúmeros enfermos indo buscar saúde, buscar sua cura, e com eles os inúmeros voluntários que empurram suas cadeiras de rodas e macas em direção ao santuário e lá dentro aos locais de oração.

Logo no primeiro dia, eu, Juliana, Duda e Malu, passamos em frente as piscinas que são abastecidas pelas águas santas que brotam do local da aparição de nossa senhora.

O senhor que tomava conta chamou a Juliana e as meninas, e disse seriam as últimas, ficamos insegura, não fomos de imediato.

Conversamos um pouco, e voltamos, ele disse só ela e as meninas.

Ela entrou para primeira experiência.

Para entrar nas piscina, primeiro você fica em numa ante sala, e todos que vão entrar na piscina tem de tirar a roupa e são enrolados em toalhas molhadas, depois entram na piscina de águas santas e caminhamos até a imagem de nossa senhora de lourdes em oração.

As pessoas que estão lá nos ajudando nos mergulham como em um batismo, ela, Duda e Luísa fizeram isso.

Elas saíram de lá maravilhadas, abençoadas.

Um momento único de oração, e de caminhada até a nossa senhora.

As mulheres e homens vão em separado, eu fui no dia seguinte com meu pai e peguei uma baita fila, que a Juliana e as meninas não pegaram.

Lá para nossa surpresa, encontramos jovens, adultos, velhos e crianças com síndrome de down, no santuário e em toda a cidade.

Foi uma surpresa nunca imaginávamos encontrar-los em tão grande número ali.

Mas o que mais me impressionou foi que não apenas nos o encontrávamos, eles nos encontravam e se comunicavam com a gente não por palavras mas pelo olhar e o sorriso.

Nunca esquecerei, quando estava sozinho na rua e passou um carro por mim, dentro dele um rapaz com síndrome de down me olhava e quando eu devolvi o olhar ele sorriu e acenou para mim, como que dizendo eu sem quem é você e estou feliz por estar aqui.

Muito emocionante.

Uma noite jantando em um restaurante perto do santuário, entramos e de cara avistamos um criança down com sua família.

Conversando muito eu e  Juliana sobre isso, pois estávamos admirados com tamanho número de pessoas com síndrome de down e esta troca de carinho pelo olhar.

E chegamos a conclusão: “Estamos em um Santuário, a casa de Deus um pedaço do céu, se eles são anjos, nada mais normal, os anjos se encontrarem aqui!”.

Um verdade, nossos anjos tem um lugar para se encontrarem e aquele é o local.

Voltamos para Portugal e fomos a Fátima, agradecer as benção e graças derramadas sobre nós.

Ali começou nossa caminha e nada melhor do que lá agradecer por tudo e agora com junto com a Maria Luísa.

Mais um momento de nos emocionar em pensar em tudo que passou e com a ajuda de Deus no colo da mãe estamos podendo atravessar.

No santuário de Santa Eufêmia pudemos agradecer e receber uma chuva de bençãos em nossas vidas.

A fé é algo importante e marcante em nossa caminhada.

Nunca deixar de ter fé e de acreditar, que tudo tem um proposito em nossas vidas.

Não podemos ficar nos perguntando “por ques” , pois um dia entenderemos os “para ques” da vida.

Um verdade que escutamos no início: “Deus não escolhe os preparados, prepara os escolhidos!”

 

 

Pessoas Especiais

Existem inúmeras pessoas que trabalharam e trabalham em prol das pessoas especiais.

Médicos, cientistas, professores, educadores, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas, psicólogos, advogados, pais, mães, tios, tias, amigos, enfim inúmeras pessoas que ao longo dos anos vem construindo uma caminhada especial.

Pessoas que enfrentaram preconceitos, desafiaram conceitos, questionaram o que era ser normal.

Pessoas que se preocuparam simplesmente com outras pessoas que nasciam diferentes.

Fizeram e faze, tudo o que hoje nos podemos apresentar e usar em prol de nossos filhos.

Essas pessoas são especiais, pois muitas sem mesmo ter um parente ou amigo especial se preocuparam em estudar, em dedicar seu tempo, sua vida a descobrir o desconhecido.

Descobrir um cromossomo a mais e o que ele fazia.

E depois, descobrir tudo que era necessário para estas pessoas terem um vida comum e criar necessidades.

Os que lutaram por direitos a estes então marginalizados pela sociedade.

Aos que lutaram para mudar conceitos da sociedade sobre o que era ser especial e normal.

Incrível como o ser humano é humano!

Muito Obrigado.

Super mãe especial

FullSizeRender (1)A gestação não foi fácil, muitos exames, muita apreensão e expectativa, muita coisa ao mesmo tempo para apenas uma pessoa.

E ainda, você como mãe, tendo dentro de você sua filha, de alguma forma, com alguma força que somente as mães tem, quer sua filha nasça perfeita.

Você usa todas as suas forças, toda a sua fé para que tudo saia perfeito.

Imagino que em alguma fração de segundo, pois todos nós somos humanos, pensamos a culpa é minha, o que fiz de errado, caçando uma razão para onde não existe.

Lidar com o medo, com não é fácil, e ainda mais num momento tão lindo da sua vida.

Hora do parto, nasce a Maria Luísa e agora se torna realidade.

Agora, enfrentar e lutar: médicos, mais informações, mais tarefas para a mãe fazer.

Acordar de 3 em 3 horas para dar de mamar, no início a Luísa não pega logo o leite, será que esta acontecendo algo? Nada tudo normal.

No hospital, muita informação que deixa qualquer um confuso.

Depois, mais médicos, mais exames, mais informações.

Agora, cruza a cidade para fisio, fono e TO.

Aguenta o ciume da filha mais velha.

Cuida da casa.

Cuida, dos problemas dos outros.

Leva a Duda no bale, na escola, no inglês e cuida da Luísa.

Não dorme, a Maria Luísa fica a noite toda resmungando e não deixa a mãe dormir.

Cuida da Duda, cuida da Luísa, cuida casa, cuida dela mesma!

Aguenta as dores nas costas, trabalha e segue em frente.

“A Luísa não para, está muito levada!” – diz a Juliana para mim!

Ufa!

Quanta coisa para mesma pessoa!

E mesmo assim, um amor incondicional por todas!

Ser mãe é ser super!

Ser mãe da Luísa é ser super especial!

Quando nasceu a Luísa a garra, a determinação dobraram de tamanho!

O que já é grande para uma filha, agora dobrou de tamanho para a mais filha mais nova.

Tirando forças de onde não se tem, tirando fé onde não mais encontrava, ela assume a responsabilidade e cuida de todos.

Tarefas para super mãe especial.

Para uma mulher incrível.

Família e Amigos especiais

familiaDepois do exame que apontou que a Maria Luísa poderia nascer com síndrome de down, resolvermos não contar a ninguém.

Achamos melhor ficar em silêncio, não alardear nada, pois havia a possibilidade de também não nascer com síndrome de down.

Mas lógico, que não é um segredo que você consigo passar por 9 meses sem ninguém saber.

Tomamos essas decisão pois achamos melhor, para nós mesmos, precisávamos desse tempo para nos prepararmos e também para nos pouparmos, pois era uma terreno novo e muitas vezes requer cuidado ao pisar.

Logo que nasceu, que a enfermeira me chamou, para contar da síndrome de down, também na sequencia passamos a falar para todos.

Mas o importante mesmo, é a gratidão que hoje temos por todos!

Pelo carinho, amor, dedicação que cada um tem pela Maria Luísa.

Somos muito abençoados por Deus, por cada um de nossa família e amigos a sua maneira quer o melhor para o desenvolvimento da Maria Luísa.

Muitos se comoveram, e entraram na batalha juntos com a gente, se informando trazendo informações.

Acolhendo com muito carinho e dando o apoio a todos nós.

Uma frase que ouvia com muito carinho, quando falava, que a Maria Luísa  tem síndrome de down era: “Isso não muda nada para mim!”

Era tão bom ouvir isso!

O apoio de todos, o incentivo de cada um!

Longe ou perto, todos sempre com muito carinho com todos nós!

Isso mostra o que é família!

Família pelo  sangue e amigos a família que a vida nos apresenta, todos juntos!

Em nossa vida, não escolhemos as batalhas que entramos, mas o melhor é ver as pessoas se colocando ao nosso lado para batalhar junto com a gente.

Sou muito grato a todos da nossa família e a todos os nossos amigos.

 

 

Duda, a irmã especial

Uns dos meus primeiros contato, como já narrei aqui, com a síndrome de down, foi no pre natal da Maria Eduarda, quando o médico falou que a translucência nucal estava ok, assim não teria síndrome de down.

Como todo o pai/mãe, cada um vai guardando passagens que tem com seus filhos, e com a Duda a que mais marcou foi justamente o primeiro banho, onde ela chorava muito e quando peguei ela para dar o banho ela parou de chorar!

Quando devolvi ela para a enfermeira ela voltou a chorar e a enfermeira me devolveu e ela  parou de chorar, uma ligação muito forte entre nós.

O mesmo banho que não consegui dar na Malú, pois era tão pequena, e meu medo tão grande que mal conseguia a pegar direito, ficou também marcado essa tristeza, pois meu medo era maior do que eu.

Mas quando nasceu a Malú, nasceu também uma irmã a Duda, a irmã mais velha.

A Duda sempre pediu uma irmã ou irmão para poder brincar e não ficar sozinha.

IMG_0191Nunca esquecerei do olhar que as duas trocaram quando se viram, a Malu segurando o dedo da Duda e esta olhando para ela com um olhar que a palavra amor não consegue explicar.

A Duda não é irmã de uma menina especial, e sim é uma irmã especial.

Acredito que todo irmão ou irmã de uma criança especial é especial, pois todos os que tenho conhecido tem um amor incondicional pelos seus irmão especiais.

A Duda, assim como os irmãos de crianças especiais, logo cedo tem de encarar uma nova realidade que se instala em sua vida.

São rotinas diferentes, atenção diferente.

Ter um irmã nova em casa já é motivo de ter ciúme naturalmente, pois toda a atenção é desse nova moradora.

Naturalmente o irmão mais velho terá ciúme mesmo ganhando brinquedo do novo irmãozinho, o ciúme faz parte, pois a atenção que antes era só dela agora será dividia.

A Duda diz que se sente abandonada pela mãe, não tinha mais a atenção dela! Um drama mexicano.

E quando a sua irmã é uma criança é especial?

A atenção é redobrada com ela, pois estamos no mundo do desconhecido.

Difícil para a Duda, e ainda mais para mim e para a Juliana, pois para nós pais sempre nada muda! Mas muda tudo!

Pais e familiares temos de ter muito cuidado, pois é natural que uma criança mais nova atraia a atenção e especial atrai ainda, mas não podemos exagerar ou desviar demais o olhar, por que toda criança precisa de atenção.

O fato dela ser comum e não a obriga lodo de cara entender tudo o que está acontecendo.

Temos de ter essa delicadeza e criar rotinas especiais para esses irmãos não sofram tanto e não nos façam sofrer.

De início, o grande numero de médicos que íamos sem ela, depois as terapias, tudo isso tirando os pais dela, Duda.

Depois cada um que chega, quer conhecer a Luísa e muitos deixando a Duda ou o irmã mais velha de lado!

Essa crianças de hoje são muito inteligentes, rápidas e práticas.

De cara já perguntou: “Eu também ia nessas terapias? Ia nesses médicos?”

O que responder? Para nós era cedo ela descobrir a “verdade”. Mas como contaríamos a ela a “verdade”?

No início enrolamos um pouco, mas não demorou muito e abrimos o jogo com a Duda.

Depois com a orientação de uma psicologa, fomos orientados como transmitir a notícia e ainda a Duda passou a fazer sessões para controlar o ciúme e a ansiedade.

Explicamos que ela não fez essas terapias, e que a Malu faz pois nasceu com Síndrome de Down, não era uma doença e sim uma limitação e que a Luísa ia precisar muito dela, hoje, e para a vida toda.

Toda  a explicação foi bem aceita pela Duda e ela passou a ser estimuladora oficial da Luísa.

As palavras do Dr. Zan, se concretizaram: ” A grande estimuladora da Luísa será a irmã mais velha!”

Mas as brigas pelas bonecas, pela atenção da mãe também nasceram e continuam!

Que bom!

Tudo o que a Duda ensina a Luísa aprende e faz! As lições que as terapeutas passam de casa são repassadas para a Duda ensinar a Luísa que aprende rápido!

Desde abrir a mão, até o encaixe das pedras em um tabuleiro, tudo é prontamente compreendido pela Luísa.

Um dia a Duda, depois de muita luta da Juliana ensinando a Luísa a andar, a Duda vira para a irmã e diz: “Hoje você vai andar!”

A Duda pegou um carrinho que imita o de supermercado que a Malu ganhou de aniversário, colocou ela para empurrar e disse: “Vai!” e passou a andar e correr com a Luísa, daquele jeito que o pai e a mãe ficam de cabelo me pé.

Passado 30 minutos a Luísa já estava empurrando sozinha e quando largou o carrinho, passou a andar!

A Duda sempre tratou, brincou com  a Malú como uma criança comum, nunca pensou em diferenças ou limitações.

As amigas da Duda a mesma coisa, as crianças nunca veem diferenças, sempre brincam e se relacionam de forma comum.

Agora, interessante foi por a Duda em contato com outras crianças down, pois a Malu ela já conhecia, estava na sua área de conforto, mas outras crianças com down percebemos que a Duda ficava meio receosa.

Por isso, gosto muito que a Duda vá com a Luísa na terapia e fica na sala de espera para poder se relacionar e aprender.

Mas a Duda é rápida, logo conquistou esses espaço com os amiguinhos da Luísa.

A vida logo cedo trouxe para Duda uma responsabilidade, que ela já sabe, que terá de continuar sempre zelando e cuidando da irmã, tarefa que tenho certeza que essa minha pequena líder vai saber desempenhar.

irmãs

Superando limites!

suoerando_limitesApós a consulta com o Dr. Zan, fomos para segunda parte, as avaliações e início das terapias.

Primeira consulta com a Fisioterapeuta Dayane, que analisou a Luísa e nos deu as informações de como seria e para que seria a fisioterapia.

Os downs tem hipotonia, ou seja, nascem com o músculos mais fracos e por isso demoram um pouco mais para sentar,  andar, e por isso a necessidade da fisioterapia para podermos vencer essa barreira e gradativamente se igualarem as crianças comuns.

E uma informação super importante que a fisioterapeuta passou:

“Compare sua filha down, com outra criança down, nunca queira comparar a uma criança comum”.

Isso pois, se fizermos a comparação entre um down e uma criança comuns vamos ficar loucos ou muito chateados, mas quando fizermos com outra criança down estaremos fazendo dentro do mundo deles, comparando com a mesma realidade.

E quantas vezes, nos comuns perdemos tempo em comparações com outras realidades que não as nossas e sofremos por isso, assim um aprendizado para a vida.

Depois, avaliação da fonoaudiologia Gysele, um outro mundo totalmente novo se abria, descobrimos o cognitivo!

Nunca imaginávamos que fazíamos era estimulação! O toque na criança,os brinquedos, as cores, os sons, tudo para despertar o cognitivo.

Graças a Deus podemos iniciar as terapias pois a Maria Luísa não possuía nenhuma cardiopatia que a limitasse ou outro problema que poderia ser comum para uma criança down.

Depois mais tarde iniciaria a TO com  a Dra. Myriam, mais estimulação para nossa bagunceira! Pintar, se olhar no espelho, brincar tudo fazendo com que seu cognitivo se desenvolve mais.

E depois a fono partiu para o descobrimento da fala, dos sons, focando a estimulação para o desenvolvimento da Luísa.

E se nossas anjos terapeutas, como chama a Juliana, se estiverem lendo e se erramos algo por favor nos corrija.

Anjos terapeutas, sim, pois além de executarem com competência o trabalho, o fazem com muito carinho com as crianças e com os pais e mães também.

Quantas vezes, vejo a Juliana tirando dúvidas, pedindo ajuda a elas e com um grande carinho elas a socorrem a todos nós.

Não são apenas as crianças que são especiais, mas todos que estão juntos são especiais, ganham asas.

E aqui não sei se nossa Malu iniciava seu processo de superação de limites ou nos é que estávamos superando os nossos limites.

Sim, pois nos estamos sempre em um processo de sair fora da zona de conforto e lutar, aprender e trazer tudo o que ela precisa para ter uma vida comum ou normal.

Na fisioterapia todos aqueles exercícios, e ela tão pequena com apenas meses de vida já estava lutando, entre uma mamada e outra ia pra cá, mexe pra lá, vomita o leite que acamou de mamar.

Mexe pra cá, vira pra lá, fortalece aqui, mexe ali, a Dra. Dayana uma verdadeira personal trainer da Luísa.

Na sequencia da fisio vai para para fono, que estimula daqui, estimula dali.

Um ritmo alucinado!

Luísa dorme, acorda durante as sessões.

As doutoras vão virando carinhosamente tias.

Agora, bora ir com a Tia My, pintar o sete!

Isso tudo com a Mãe/guerreira ao lado, a Juliana sai de Santana via até o Morumbi para as terapias da Luísa.

Transito, preocupação com os horários da Duda! Deixa a Duda na escola, corre para terapia, volta pega a Duda.

Acorda cedo leva a Luísa na terapia, volta para levar a Duda na escola.

Agora, a Luísa já vai sozinha para terapia, a mãe não pode descer por que senão faz manha e não faz os exercícios, mãe sofre.

E as lições de casa?

Entra em ação a  Duda ensinar a irmã!

Nunca vou esquecer que ainda pequena a Luísa não abria a mão e a Tia Day, pediu para insistir e a Duda ouviu.

-” Luísa abre a mão!” dizia a Duda.

E não é que a Luísa passou a abrir a mão! Isso foi o começo do aprendizado, hoje a Duda já ensina a irmã a subir no sofá, etc.

Com o pai e mãe a Luísa se distrai, mas com a irmã/guerreira faz tudo certinho.

Tem horas que pode parecer brincadeira mas não é!

Tudo é estimulação para o desenvolvimento dos nossos pequenos.

Esses nossos guerreiros, desde cedo na luta da vida, fazem de nós guerreiros na luta deles que é nossa.

Nossa luta de vencer nossos obstáculos pessoais, nossas limitações e fazer com que eles vençam na luta da vida.

Talvez mais difícil do que fazer seu próximo vencer suas limitações é você vencer a suas!

Será que vou ser capaz? Será que? Mas por que?

Temos de vencer estas e outras tantas perguntas que surgem! Vencer e não responde-las, pois ser ficarmos querendo a resposta ficaremos a vida toda rodando e nunca iremos responder.

Aprendi uma coisa com o pediatra da Maria Luísa, Dr. Sergio Varella, em uma das consultas: “Não se pergunte por que, pois um dia a vida vai dizer para que tudo isso aconteceu!”

Dia de Reis

reisTodo dia 06 de Janeiro é comemorado o Dia de Reis, dia no qual os três reis magos, Melchior, Gaspar e Baltazar, vistaram o menino Jesus recém-nascido, dando-lhe de presente, ouro, incenso e mirra.

Os reis magos foram guiados pela estrela até o menino Jesus.

Os presentes tem seus significados:

– ouro representa a realeza, uma vez procuravam o rei dos judeus;

– o incenso, a fé, simbolizando a oração que chega a Deus;

– a mirra, uma resina usada como remédio, de sabor amargo, remetia ao sofrimento que Jesus iria passar.

Nesta data, os são desarmados os presépios, os enfeites são retirados juntamente.

Tradicionalmente, em Portugal, comemora-se com o Bolo de Reis, que contem um brinde e uma fava. A pessoa que encontra a fava deve levar o bolo na comemoração do ano seguinte  e quem encontra o brinde é sinal de fartura.