Quando um casal se casa logicamente nasce uma nova família e quando nasce o primeiro filho ou filha desse casal uma nova família está nascendo.
Assim, é com todos nós.
Mas quando nasceu a Maria Luísa senti que nascia novamente um nova família.
Não que um segundo filho comum não seja um novo caminhar, mas para mim estava nascendo pela primeira vez.
Já que lidar com todas as novas informações, com os novos medos, com tudo novo faz com que eu, Juliana e Duda tivéssemos de fazer tudo pela primeira vez.
Meu medo era tal, que na maternidade quando fui dar o primeiro banho na Luísa não conseguia segurar, e eu já tinha feito isso com a Duda.
Ela era tão pequena, e meu medo tão grande, que mal conseguia segura-la na minha mão.
E aqui tinha de nascer um novo pai! Pronto para tudo, para encarar essas nova realidade, essas novidades, que tantos outros já encaravam e outros tantos irão um dia se encontrar com ela.
Sabe, meu intuito com esses textos, não é trazer informações sobre tratamentos ou remédios, se puder e saber vou trazer, mas meu objetivo é trazer algo que vai no nosso núcleo, que nos traga a coragem, força, determinação e fé em seguir e encarar tudo de frente seja qual for a síndrome, o problema da crianças ou da vida.
Senti naquele momento que não tinha como fugir, ou dizer deixa para amanhã, chegou a hora e diferente do nascimento da Duda que tudo esta tranquilo, inclusive todo a minha família estava presente agora tudo era diferente.
Minha mãe já não estava mais aqui conosco, meu pai e meu irmão Renato viajando, só estava com meu irmão Luis me apoiando e a família da Juliana.
Em frações de segundos senti um força muito grande para seguir.
Nascia uma nova mãe, que apesar de tudo que sabia e que tinha passado com a Duda, agora tudo seria igual ao novo.
Quem já dedicava sua vida para a Duda, agora iria dedicar outra vida a Luísa em médicos, terapias, exames, uma força que somente as mães de coragem sabem onde ela brota.
Coragem, determinação, fé e um amor infinito que a Juliana nasceu naquele momento que superou tudo.
E a Duda! Nascia um irmã companheira, amorosa, ciumenta, uma irmã especial para outra irmã especial.
Lembro da expressão do olhar quando a Duda segurou a Luísa pela primeira vez, um olhar de amor, simplesmente amor e ela não sabia de nada, pois deixamos para falar em outro momento.
A Duda que ajuda nas terapias, que faz desde a Luísa a abrir a mão, a andar e a fazer as maiores bagunças e estripulias em casa.