Após a consulta com o Dr. Zan, fomos para segunda parte, as avaliações e início das terapias.
Primeira consulta com a Fisioterapeuta Dayane, que analisou a Luísa e nos deu as informações de como seria e para que seria a fisioterapia.
Os downs tem hipotonia, ou seja, nascem com o músculos mais fracos e por isso demoram um pouco mais para sentar, andar, e por isso a necessidade da fisioterapia para podermos vencer essa barreira e gradativamente se igualarem as crianças comuns.
E uma informação super importante que a fisioterapeuta passou:
“Compare sua filha down, com outra criança down, nunca queira comparar a uma criança comum”.
Isso pois, se fizermos a comparação entre um down e uma criança comuns vamos ficar loucos ou muito chateados, mas quando fizermos com outra criança down estaremos fazendo dentro do mundo deles, comparando com a mesma realidade.
E quantas vezes, nos comuns perdemos tempo em comparações com outras realidades que não as nossas e sofremos por isso, assim um aprendizado para a vida.
Depois, avaliação da fonoaudiologia Gysele, um outro mundo totalmente novo se abria, descobrimos o cognitivo!
Nunca imaginávamos que fazíamos era estimulação! O toque na criança,os brinquedos, as cores, os sons, tudo para despertar o cognitivo.
Graças a Deus podemos iniciar as terapias pois a Maria Luísa não possuía nenhuma cardiopatia que a limitasse ou outro problema que poderia ser comum para uma criança down.
Depois mais tarde iniciaria a TO com a Dra. Myriam, mais estimulação para nossa bagunceira! Pintar, se olhar no espelho, brincar tudo fazendo com que seu cognitivo se desenvolve mais.
E depois a fono partiu para o descobrimento da fala, dos sons, focando a estimulação para o desenvolvimento da Luísa.
E se nossas anjos terapeutas, como chama a Juliana, se estiverem lendo e se erramos algo por favor nos corrija.
Anjos terapeutas, sim, pois além de executarem com competência o trabalho, o fazem com muito carinho com as crianças e com os pais e mães também.
Quantas vezes, vejo a Juliana tirando dúvidas, pedindo ajuda a elas e com um grande carinho elas a socorrem a todos nós.
Não são apenas as crianças que são especiais, mas todos que estão juntos são especiais, ganham asas.
E aqui não sei se nossa Malu iniciava seu processo de superação de limites ou nos é que estávamos superando os nossos limites.
Sim, pois nos estamos sempre em um processo de sair fora da zona de conforto e lutar, aprender e trazer tudo o que ela precisa para ter uma vida comum ou normal.
Na fisioterapia todos aqueles exercícios, e ela tão pequena com apenas meses de vida já estava lutando, entre uma mamada e outra ia pra cá, mexe pra lá, vomita o leite que acamou de mamar.
Mexe pra cá, vira pra lá, fortalece aqui, mexe ali, a Dra. Dayana uma verdadeira personal trainer da Luísa.
Na sequencia da fisio vai para para fono, que estimula daqui, estimula dali.
Um ritmo alucinado!
Luísa dorme, acorda durante as sessões.
As doutoras vão virando carinhosamente tias.
Agora, bora ir com a Tia My, pintar o sete!
Isso tudo com a Mãe/guerreira ao lado, a Juliana sai de Santana via até o Morumbi para as terapias da Luísa.
Transito, preocupação com os horários da Duda! Deixa a Duda na escola, corre para terapia, volta pega a Duda.
Acorda cedo leva a Luísa na terapia, volta para levar a Duda na escola.
Agora, a Luísa já vai sozinha para terapia, a mãe não pode descer por que senão faz manha e não faz os exercícios, mãe sofre.
E as lições de casa?
Entra em ação a Duda ensinar a irmã!
Nunca vou esquecer que ainda pequena a Luísa não abria a mão e a Tia Day, pediu para insistir e a Duda ouviu.
-” Luísa abre a mão!” dizia a Duda.
E não é que a Luísa passou a abrir a mão! Isso foi o começo do aprendizado, hoje a Duda já ensina a irmã a subir no sofá, etc.
Com o pai e mãe a Luísa se distrai, mas com a irmã/guerreira faz tudo certinho.
Tem horas que pode parecer brincadeira mas não é!
Tudo é estimulação para o desenvolvimento dos nossos pequenos.
Esses nossos guerreiros, desde cedo na luta da vida, fazem de nós guerreiros na luta deles que é nossa.
Nossa luta de vencer nossos obstáculos pessoais, nossas limitações e fazer com que eles vençam na luta da vida.
Talvez mais difícil do que fazer seu próximo vencer suas limitações é você vencer a suas!
Será que vou ser capaz? Será que? Mas por que?
Temos de vencer estas e outras tantas perguntas que surgem! Vencer e não responde-las, pois ser ficarmos querendo a resposta ficaremos a vida toda rodando e nunca iremos responder.
Aprendi uma coisa com o pediatra da Maria Luísa, Dr. Sergio Varella, em uma das consultas: “Não se pergunte por que, pois um dia a vida vai dizer para que tudo isso aconteceu!”